“O título desse artigo não é meu. A frase é a conclusão de um estudo da
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que começou em 1938. A pesquisa
está entre as de mais longa duração da história e foi monitorada por cientistas
de diferentes áreas.”
- Ana Paula Padrão
Em seu artigo sobre a correlação
entre felicidade, amor e saúde, publicada na edição 2270 da revista Istoé, a
jornalista Ana Paula Padrão usou como base uma longa pesquisa de Harvard, que
durou por muitas décadas e pode apurar resultados interessantes.
O primeiro resultado a que se
chegou, que não foi nada surpreendente, foi o poder destrutivo do alcoolismo. A
bebida foi a maior causa de divórcios em toda a pesquisa, e também está ligada
a neuroses e depressão; associada ao tabagismo, foi a que causou mais doenças
graves e morte.
Outra descoberta, desta vez um
pouco menos previsível, foi que a inteligência de cada um não está relacionada
ao sucesso financeiro. Aqueles com QI de 110 se saíram tão bem quanto aqueles
com QI de 150. A jornalista pensa que o QI não possui muita relevância, pois
não é capaz de medir a capacidade de adaptação a situações difíceis.
Chegou-se à conclusão de que
posições políticas e ideológicas nada podem dizer sobre a felicidade em geral
na vida do indivíduo... Porém observou-se que a vida sexual dos conservadores
terminava, em média, aos 68 anos, enquanto a dos liberais durava até os 80
anos. Ana Paula Padrão nota, divertida, a ironia da ligação entre conservadorismo
político e baixo apetite sexual.
A maior descoberta da pesquisa
foi a correlação direta entre amor – especialmente durante a infância – e uma
vida feliz. Uma relação amorosa com a mãe causa maior felicidade na terceira
idade, pois a partir daí várias outras relações amorosas e intensas surgem. Nas
palavras da jornalista, quem aprende a amar reproduz amor.
A conclusão da pesquisa é que
felicidade é amor, uma emoção que está presente em todos os aspectos da vida,
até mesmo, por exemplo, o trabalho. Aqueles que tiveram uma boa infância e um
relacionamento amoroso com os pais ganhavam salários mais altos, não importa
que profissão eles seguissem, assim como eram os que possuíam menos sinais de
demência, na terceira idade, e eram os que se declararam mais felizes.
Com isso, a jornalista nota que
muitas mães falham em cuidar dos seus filhos pois pensam que o seu dever é
somente alimentar e garantir segurança e saúde, quando demonstrar afeto e
estabelecer uma relação íntima é igualmente importante para a felicidade futura
e presente de sua prole.
Felicidade é amor e ponto final.