quarta-feira, 5 de junho de 2013

As doenças que mais venderam em 2012

Artigo adaptado de As doenças que mais venderão em 2012, autorado por Martha Rosenberg
A indústria farmacêutica é, de fato, uma indústria visando o lucro acima de qualquer coisa, inclusive da saúde de seus clientes. Um terço da população dos Estados Unidos toma antidepressivos, estimulantes e estatinas. A doença se tornou uma forma de se obter lucro e a cura agora é um empecilho, pois pessoas saudáveis não gastam dinheiro com remédios. Os laboratórios não só geram uma população de hipocondríacos; eles também falham em prover curas reais para doenças reais.

Nem todas as doenças são boas o suficiente para receber atenção da indústria farmacêutica... Elas devem atender a cinco critérios:
  •  Existir, obviamente. Mas precisa ter diagnóstico impreciso, ou seja, possuir uma área de manobra na quais os médicos possam trabalhar.
  • Ser potencialmente séria, com sintomas supostamente silenciosos que “piorarão” com o tempo, caso a doença não seja tratada.
  •  Ser rara. Se fibromialgia fosse tão popular quanto a gripe, por exemplo, certamente os remédios para “tratar” da doença não seriam tão caros.
  •  Explicar problemas de saúde anteriores.
  • Necessitar de uma droga cara, que não possua equivalente genérico.

Aqui está uma lista das doenças que as empresas farmacêuticas gostariam que você adquirisse.

            Déficit de Atenção com Hiperatividade em Adultos

Isso mesmo. Agora hiperatividade não é só mais uma doença infantil, agora que a moda da “depressão” passou e convenientemente, os índices de DDAH dobraram em mulheres de 45 a 65 anos e triplicou em homens e mulheres de 22 a 44 anos, de acordo com o Wall Street Journal.

Tanto a DDAH como a depressão pode englobar vários “sintomas”. Uma pessoa não pode simplesmente estar bravo, triste ou preocupado. Ela está depressiva. Assim como uma pessoa com DDAH pode ser menos responsável, confiável ou autoconfiante... O que pode descrever boa parte da população que por incrível que possa parecer, é completamente saudável.

Temos aí a doença perfeita. De diagnóstico impreciso e sintomas extremamente abrangentes, a indústria farmacêutica pode facilmente convencer crianças (e seus pais) a tomarem medicamentos para Déficit de Atenção.  Entretanto, isto é apenas metade da solução. Há ainda para se descobrir uma forma de crianças com déficit de atenção continuar a tomar o remédio em sua vida adulta.

A manipulação não só acontece nos anúncios de TV ou outdoors, mas também com a disseminação de artigos “científicos” que não são confiáveis, porém são de fácil acesso à população geral. Temos, por exemplo, o site WebMD, considerado manipulativo por profissionais como o Dr. Phillip Sinaikin que expressa que o site é “simplesmente o pior tipo de manipulação da indústria farmacêutica”.

            Artrite Reumatoide

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença tão perigosa quanto o seu tratamento. A doença inflama articulações, tecidos adjacentes e órgãos, enquanto os supressores imunológicos designados para o tratamento aumentam as chances de o doente contrair câncer, infecções fatais e tuberculose. Em 2008, a FDA anunciou que 45 pessoas que consumiam supressores imunológicos morreram devido a infecção por fungos, e ainda investigou a relação entre um deles com linfoma, leucemia e melanoma em crianças. Em 2012, foi anunciado que essas drogas podem causar um raro tipo de câncer nas células sanguíneas brancas em jovens.

Há alguns anos, os critérios para o diagnóstico de AR eram a presença do fator reumatoide e inflamações, esses critérios caíram para apenas enrijecimento e dor, sintomas que qualquer atleta ou pessoa de mais idade pode sofrer sem necessariamente possuir AR.

As drogas imunossupressoras são, então, prescritas, sem necessidade e a preços exorbitantes.

            Fibromialgia

A fibromialgia é uma doença caracterizada por dores inexplicáveis no corpo. Pouco relatada e potencialmente muito dolorosa, a doença carece de cura, mas duas grandes empresas farmacêuticas lucram rios de dinheiro com a fabricação de medicamentos aprovados para a condição: um anticonvulsivo e um antidepressivo, primeiramente indicado para a “dor” física da depressão, antes de ser aprovado para o tratamento de fibro.

Os fabricantes estão felizes com a alta margem de lucro de ambos os medicamentos, e talvez até mesmo os compradores estivessem, fosse o caso desses medicamentos não possuírem efeitos adversos tão intensos.

Usuários do antidepressivo relatam desejo de cometer suicídio, além de calafrios, problemas maxilares e problemas nos olhos. Já os que tomam o anticonvulsivo relatam perda de memória, confusão, ganho de peso, queda de cabelo, capacidade comprometida de dirigir automóveis, desorientação, espasmos, entre outros sintomas. Existem pacientes que tomam os dois medicamentos.

            Disfunções do Sono

Não bastando a definição inicial de insônia, a indústria farmacêutica decidiu então criar subtipos da doença para mais eficientemente “tratá-la.” Entre os subtipos mais lucrativos, se encontram.
  •  Insônia no meio da noite

Um sonífero popular para esse tipo de insônia caracterizada por momentos conscientes no meio da noite tem como um de seus efeitos colaterais, o sonambulismo. As pessoas afetadas comem, dirigem, fazem ligações e falam e não se lembram de nada do que fizeram depois.
  • Sonolência excessiva e transtorno do sono por turno de trabalho

A Sonolência Excessiva durante o Dia, ou SED, é uma doença real e pouco reconhecida, cujas causas podem variar de apneia do sono a narcolepsia. Mas as corporações farmacêuticas sugeriram que talvez a SED esteja relacionada ao estilo de vida, ou nesse caso, os horários de trabalho.
Para a felicidade dos laboratórios, estimulantes contribuem com a insônia, que contribuem para a SED, e então se entra em um ciclo farmacológico que se precisa de soníferos para dormir e estimulantes para acordar.
  • Insônia que é depressão

Distúrbio do sono causado por depressão, ou depressão causada por distúrbio do sono? Difícil dizer, por isso os pacientes lutando contra ambos os problemas devem tomar o dobro de medicamentos, naturalmente.

De acordo com o site WebMD, pacientes deprimidos com insônia saem melhor se tratados com 
antidepressivos e soníferos.


Muitas das novas doenças de massa caem nessa mesma armadilha. Para vender mais, as corporações misturam novos medicamentos aos velhos, que possuem baixa eficácia, vendendo demais e curando de menos.

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