sábado, 7 de setembro de 2013

Os Hunzas

Sir Robert Mc Carrison médico e fisiologista ingles, chefe do Serviço Sanitário da India Britânica, por volta de 1947 fez inspeções na região dos Hunzas, um pequeno povo que vive nos vales quase inacessíveis do Himalaia. Ficou surpreso  quando notou que eles nem sequer tinham a noção de doenças. Sadios e fortes, os hunzas viviam na ignorância do mal físico e da morte que não fosse provocada pela velhice. Todos eram longevos.

Foi bastante fácil para o Dr.  Carrison compreender que a resistência do povo às bactérias, aos vírus e às toxinas, se relacionava com a sua dieta. Nunca sofriam do estômago nem do intestino. Mesmo os octogenários ignoravam qualquer enfermidade dos rins, do fígado, do coração, das artérias. Conservavam a vista e o ouvido perfeitos, dentes fortes e sadios, nervos firmes. Em suma: todas as características da juventude. 

Não conheciam os alimentos requintados da civilização ocidental: açucar industrial, café, chá, farinha branca, conservas. A única excessão era o sal, que usavam com parcimônia.

Dr. Carrison alimentou uns ratos com a comida típica de um bairro popular de Londres (alguns doces de farinha de trigo, conservas de frutas, carne, arenques, frituras e um pouco de hortaliças cozidas). Constatou que os bichinhos aos poucos adoeciam de todas as moléstias dos homens, tornavam-se nervosos, agressivos, inquietos, até se devorarem reciprocamente.

Os ratos alimentados conforme a dieta dos hunzas, conservavam-se sadios e sossegados.  Hoje a chamada dieta Hanser é conhecida em todo o mundo.
  A. BALBACH.
As Hortaliças na Medicina Doméstica, 1947

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A Pirâmide Alimentar

A famosa pirâmide alimentar foi concebida pela USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 1992, e desde então se tornou um ícone como guia de nutrição. Mas estariam os seus ensinamentos corretos?
Alguns pontos são válidos: consumo diário de verduras e frutas é essencial para uma boa saúde, e restringir o consumo de doces é altamente recomendado.
Entretanto, será que o consumo de seis a onze porções diárias de massas ou pão, diariamente, irá fazer bem à saúde? E restringir a ingestão de todos os tipos de gordura e carne, também? Os nutricionistas que construíram a pirâmide pecaram pela simplificação de certas recomendações. “Gordura faz mal” e “carboidrato faz bem”.
Não necessariamente.
Certas gorduras são essenciais para a prevenção de doenças cardiovasculares, como por exemplo, a gordura poli-insaturada. A famosa – e popularmente conhecida como vilã – gordura saturada também é necessária para o nosso organismo, porém em quantidades um pouco menores. Carboidratos provenientes de alimentos refinados e processados, idealmente, nunca deveriam ser consumidos.
Qual é, então, a chave de uma boa alimentação?
Antes de tudo, é necessário reconhecer que cada pessoa possui necessidades diferentes e as regras mais simplistas de nutrição são, em sua maioria, falhas. A regra mais simples, porém, é a mais acertada: antes de tudo, devemos levar em consideração a origem dos alimentos e evitar alimentos processados.
Existem também outros tipos de pirâmides, mais adequadas que a feita pela USDA.
Pirâmide grega:
E a pirâmide do índice glicêmico:
Saiba mais:


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Eneagrama

O que é o Eneagrama?

É um sistema que descreve nove padrões de comportamento que se sobressaem na personalidade humana, cada um desses padrões possuindo os seus pontos fortes, e seus pontos fracos. O Eneagrama de personalidade é utilizado como ferramenta para melhorar os relacionamentos e comportamentos, e apesar de ser aparentemente simples, é considerado como extremamente importante na área da Psicologia, e já foi base para diversas teses de mestrado ao redor do globo.
Ninguém sabe ao certo como surgiu: há evidências de que ele é bem antigo, mas somente foi introduzido no Ocidente no século XX, por meio da obra do filósofo George Ivanovitch.
O Eneagrama descreve tipos de comportamento dominantes da personalidade humana: mesmo que se possua só um tipo principal, é comum se identificar com vários, se não todos, tipos. A seguir, há uma breve descrição de cada tipo de personalidade descrito pelo Eneagrama e link para um simples teste.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Meus amigos e amigas, vejam a síntese dos 10 mandamentos do sistema imunológico. Os primeiros mandamentos falam diretamente da alimentação. Um pouco de cuidado com sua dieta vai diminuir consideravelmente os momentos de adoecimento, de perturbação de sua saúde. Leia, reflita e faça o melhor que puder por você. Seja o seu próprio curador, para que você possa se cuidar primeiro e então cuidar dos outros. 


domingo, 14 de julho de 2013

Sobre a dengue

A dengue está aí, continua maltratando e matando. Previna-se usando a Homeopatia. A imunidade não é total, mas nenhuma vacina o é. Entretanto, o seu organismo fica muito mais resistente ao vírus, caso você fique doente a enfermidade será fraca e sem complicações.

  • Eupatorium per.  C 30
  • Phosphorus        C 30
  • Crotallus hor.      C 30

Usar 10 gotas apenas uma vez. A medicação poderá ser repetida no próximo ano, no período de chuvas.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Os quatro princípios da Bioética

Respeito à autonomia


Entende-se por autonomia a capacidade de um indivíduo de tomar decisões por si próprio, e respeitar a autonomia do paciente é o primeiro princípio da bioética. Isso quer dizer que um médico não pode forçar certa intervenção seu paciente, e o indivíduo em questão é livre para escolher o seu tratamento de acordo com o seu conhecimento e suas crenças. 

É de extrema importância, porém, que o médico forneça as informações corretas e necessárias para a tomada de boas decisões, sem ser paternalista, ou seja, sem negar ao paciente a liberdade de expressar os seus desejos, medos e necessidades. 

No Código Brasileiro de Ética Médica, o médico deve obter o consentimento informado do paciente antes de executar qualquer espécie de tratamento, salvo quando houver eminente perigo de vida.

Deve ser ressaltado que esse princípio só existe quando o enfermo for autônomo e perfeitamente capaz de tomar decisões; caso contrário, um parente ou um representante legal com os melhores interesses do incapacitado em mente e habilidade de entender as informações deve tomar qualquer decisão e fazer qualquer escolha. 

A não-maleficência


Esse princípio se refere ao fato de que o médico não deve, sobre hipótese nenhuma, causar dano. Ou seja, se não houver possibilidade de cura, então médico deve ao menos evitar causar algum mal ao seu paciente.
Podemos tomar por dano as seguintes ações (embora a lista de danos não seja restrita somente às que serão citadas): matar, causar dor ou sofrimento, incapacitar, ofender ou negar bens necessários à vida.
Devemos nos lembrar de que os princípios não absolutos, mas que em conjunto, devem funcionar em perfeita harmonia. Para ilustrar isso de forma prática, podemos usar como exemplo a quimioterapia.
A quimioterapia é um tratamento devastador, com efeitos colaterais que são dolorosos e causam sofrimento não só aos pacientes, mas também às suas famílias. Se o princípio da não-maleficência fosse absoluto, milhares de pessoas morreriam de câncer pois seriam negadas acesso à quimioterapia; o médico pode ter como prioridade o princípio da beneficência, que é de fazer o bem, que nesse exemplo é curar os pacientes com câncer.
Entretanto, em alguns casos, a não-maleficência deve preponderar, quando há risco de morte devido ao tratamento ou quando as chances de curas são por demais diminutas para justificar o dano causado pela quimioterapia.

A Beneficência


De uma forma bem sucinta, o princípio da beneficência é agir em prol do benefício dos outros. Existem, porém, dois tipos de beneficência: a geral, que é destinada a todas as pessoas indistinta e imparcialmente. Já a específica, relacionada com a ética biomédica, significa beneficência em relação a pessoas com as quais se mantém algum tipo de relacionamento especial (família, amigos).
O médico possui o dever de cumprir esse princípio perante a sua relação com o paciente, estabelecido pelo juramento hipocrático.
Como vimos anteriormente, embora os princípios de beneficência e não-maleficência sejam parecidos à primeira vista, eles complementam um ao outro, e não são absolutos, cabendo ao médico se utilizar deles de forma de justa, o que nos leva ao quarto e último princípio.

Justiça


Há várias definições e formas de justiça. A  justiça formal, por exemplo, que é igualitária e diz que, como pessoas, temos os mesmos direitos e obrigações. Um exemplo de justiça formal seria uma mãe distribuindo bolo para os seus quatro filhos: cada um deve receber um pedaço igual.
Entretanto, esse conceito de justiça é falho se aplicado à medicina. Dar o mesmo remédio a quatro enfermos com doenças diferentes pode ser igualitário, mas também é equivocado, pois doentes diferentes necessitam de tratamentos diferentes.
Entra aí outro conceito de justiça que se aplica melhor à prática da medicina: a justiça equitativa, ou seja, a distribuição de bens de acordo com a necessidade. As doenças não são iguais e os afetados por ela, também não, portanto a premissa da justiça formal de que todos são iguais se prova falsa e ela não funcionará.
A justiça formal supõe que os indivíduos já são iguais, e a equitativa promove a distribuição de bens para que os indivíduos se tornem iguais. Na medicina, a justiça é aplicada em direção à cura.
Voltando ao caso da mãe, se um dos filhos estava faminto há três dias e o outro, satisfeito, havia acabado de comer uma refeição, a justiça formal seria falha, pois um filho continuaria sendo mais privilegiado que o outro. Receber os mesmos pedaços não igualará uma situação entre dois indivíduos que não são iguais.
É possível dizer, então, que a justiça pertinente à bioética é a distribuição de bens visando à cura dos pacientes, de acordo com as suas necessidades.

Texto adaptado do livro Bioética, por Daleri Dall’Agnol.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os três modelos de medicina

Tecnocrático

  1. Separação mente e corpo
  2. O corpo é visto como uma máquina
  3. O paciente é visto como um objeto
  4. Alienação entre médico e paciente
  5. Diagnose e tratamento de fora para dentro (curando doenças, reparando disfunções)
  6. Organização hierárquica e padronização de atendimento
  7. Autoridade e responsabilidade inerentes ao médico, e não ao paciente
  8. Supervalorização da ciência e da tecnologia
  9. Intervenção agressiva com ênfase em resultado a curto prazo
  10. A morte é encarada como uma derrota
  11. Um sistema dirigido pelo lucro
  12. Intolerância com outras modalidades
Princípio básico subjacente: Separação
Tipo de pensamento: unimodal, cerebral esquerdo, linear

Humanístico ou Biopsicossocial

  1. Mente e corpo como uma unidade
  2. O corpo como organismo
  3. O paciente como sujeito relacional
  4. Conexão e afetividade entre médico e paciente
  5. Diagnóstico e tratamento de fora para dentro e de dentro para fora
  6. Equilíbrio entre as necessidades da instituição e do indivíduo
  7. Informação, tomada de decisões e responsabilidade compartilhadas entre profissional e cliente
  8. Ciência e tecnologia contrabalanceada com humanismo
  9. Focalização na prevenção de doenças
  10. Morte como resultado aceitável
  11. Cuidado compassivo
  12. Mente aberta diante de paradigmas alternativos de tratamento
Princípio básico subjacente: equilíbrio e conexão
Tipo de pensamento: bimodal

Holístico

  1. Corpo, mente e espírito como uma unidade
  2. O corpo é um sistema de energia ligado com outros sistemas de energia
  3. Cura a pessoa "inteira", no contexto de sua vida como um todo
  4. Médico e paciente como uma unidade essencial
  5. Diagnose e cura de dentro para fora
  6. Estrutura organizacional em reder, que facilita a individualização do atendimento
  7. Autoridade e responsabilidade inerentes a cada indivíduo
  8. A ciência e a tecnologia são colocadas à serviço do indivíduo
  9. Uma focalização que objetiva criar e manter a saúde a longo prazo
  10. A morte é encarada com uma etapa de um processo
  11. Admite várias modalidades de cura
Princípio básico subjacente: conexão e integração
Tipo de pensamento: multimodal, cerebral-direito e fluído

O Espectro Médico

Modelo Tecnocrático>>><<< Modelo Humanístico>>><<< Modelo Holístico

Tabela retirada do livro "From Doctor to Healer: The Transformative Journey" de Robbie Davis-Floyd e Gloria St. John, tradução retirada de Memórias do Homem de Vidro, por Ricardo Jones